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Da depressão ao cinturão: caxiense vence sua primeira luta profissional no Muay Thai

Emerson Martins, professor da Alpha Team, começou ainda criança no esporte, mas teve de lidar logo cedo com as adversidades da vida


Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação - Lutador Emerson Júnior (E) com seu treinador Felipe Silva (D) da Alpha Team após a primeira conquista

O jovem Emerson Júnior, 20 anos, conquistou a sua primeira luta profissional no Muay Thai. Ele faturou o cinturão no NTT Fight Open, realizado no dia 9 de julho, em Torres. Mas até chegar nesta conquista, Emerson passou por um caminho cheio de adversários que não estavam no ringue. Ele ingressou no esporte muito cedo, logo aos seis anos fazendo Kung fu e kickboxing. Contudo, aos nove fez pela primeira vez muay thai e se apaixonou pelo esporte. Nos caminhos da vinda, aos 15 anos, o lutador foi para Arroio da Sal trabalhar com a família. Neste período chegou a parar de lutar por dois anos após lesionar o ombro. 

- Em Arroio do Sal fui garçom por cinco anos. Trabalhava das 10h às 14h por R$ 30 reais por dia e conseguia um almoço e uma marmitinha para passar o dia. Depois conheci uma menina, virei pai aos 17 anos e tive que escolher em seguir o sonho ou trabalhar. Segui o meu sonho, pois acreditava que daria certo. Pensei em parar depois da luta que lesionei o ombro. Não conseguia erguer o braço, fiquei em depressão, tentei me matar algumas vezes. Mas voltei para igreja, a minha família é evangélica e com a fé fui me readaptando, voltando aos treinos — afirmou Emerson ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra. 

Durante o período fora de Caxias do Sul, Emerson teve que superar a depressão. Na cabeça, um turbilhão de possibilidades e desistir estava entre elas. A motivação ele encontrou na família, no filho e no muay thai, pois sempre buscou estar no topo. 

- Em Arroio do Sal estava em crise de depressão, só trabalhando e querendo desistir de tudo. Como foi toda minha vida baseada em treinar e lutar, se fico um dia ou dois dias sem começo a me alucinar. Minha ambição é estar lá em cima, no topo sempre. É pelo meu filho, minha família que acredita em mim e todos que me dão apoio. Eu acordo 3h30min da manhã todos os dias para conseguir fazer minha comida e passar o dia todo no centro para treinar. Faço cinco treinos por dia — afirmou Emerson.

Planos para o futuro

Além dos benefícios para o corpo, o esporte também tem a sua importância na saúde mental. Após começar a treinar e fazer aquilo que lhe dava prazer, Emerson voltou a viver com alegria e enxergar os problemas do dia a dia de outra forma: 

- Não imaginava que o muay thai ia me trazer tantos benefícios. Eu não era tão positivo como sou hoje. Com 9 anos me sentia mal, pois era gordinho. Hoje sou mais encorpado. Fui um pouco zoado na escola. Comecei no esporte e aprendi tudo, pois você usa todo o corpo.

O lutador também já pensa no futuro. Após o primeiro cinturão, Emerson tem novos planos. Ele deseja migrar para o MMA e já tem um convite especial. 

- Também estou com outros planos de migrar para o MMA, estrou treinando outras coisas para o MMA. Esse evento foi o divisor de águas para mim. Estou com convite de lutar MMA em Barcelona, na Espanha.

Por: Tiago Nunes e Eduardo Costa
Fonte: Pioneiro Esportes

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